19 Dezembro 2025

Oscilações da Copel na NYSE e o panorama financeiro da companhia

As ações da Companhia Paranaense de Energia (Copel), negociadas na Bolsa de Nova Iorque sob o ticker ELPC, registraram uma abertura em baixa nesta quinta-feira, criando um “gap” negativo em relação ao fechamento anterior. Os papéis, que haviam encerrado o pregão prévio a US$ 9,34, iniciaram o dia cotados a US$ 9,11. Ao longo das negociações, o ativo ajustou-se para US$ 9,16, movimentando um volume financeiro superior a 166 mil ações. Esse comportamento no mercado internacional contrasta com a robustez operacional da empresa no Brasil, onde suas ações ordinárias orbitam a casa dos R$ 14,26, refletindo o valor de mercado de uma corporação avaliada em aproximadamente US$ 10,03 bilhões.

Indicadores técnicos e visão dos analistas

A análise técnica do ativo revela que a média móvel de 50 dias da empresa situa-se atualmente em US$ 9,67, enquanto a média de 200 dias aparece em um patamar de US$ 8,79. Com um índice Preço/Lucro (P/L) de 18,38 e um beta de -0.02, o papel demonstra características específicas de volatilidade. Diante desse cenário, a Weiss Ratings reafirmou recentemente a recomendação de “manter” (hold) para as ações da Copel, alinhando-se ao consenso atual de mercado monitorado pelo MarketBeat.

Resultados financeiros e proventos aos acionistas

No que tange aos resultados operacionais, a Copel divulgou seus números mais recentes no início de dezembro, reportando um lucro por ação de US$ 0,10 e uma receita expressiva de US$ 6,81 bilhões durante o trimestre. Essa solidez financeira permitiu o anúncio de um dividendo extraordinário. O pagamento, agendado para 29 de janeiro, será de US$ 0,2795 por ação para os investidores que estiverem posicionados no ativo até o dia 2 de janeiro, data em que as ações passarão a ser negociadas “ex-dividendos”. Atualmente, a taxa de distribuição de dividendos (payout) da companhia gira em torno de 45,10%.

Movimentação de investidores institucionais

O interesse institucional pela elétrica paranaense permanece ativo. Documentos recentes arquivados na Securities & Exchange Commission (SEC) indicam que a Allworth Financial LP montou uma nova posição na companhia durante o segundo trimestre. O fundo adquiriu 3.250 ações, um investimento avaliado em aproximadamente US$ 28 mil, sinalizando confiança na tese de investimento de longo prazo da estatal brasileira.

Estrutura operacional e abrangência de mercado

Gigante do setor, a Copel atua de ponta a ponta na cadeia de energia: geração, transmissão, distribuição e comercialização, além de segmentos de gás e serviços. Atendendo diretamente cerca de 4,6 milhões de unidades consumidoras em quase 400 municípios, a infraestrutura da companhia é vasta. Seu parque gerador conta com dezenas de usinas próprias, incluindo hidrelétricas, térmicas e eólicas, somadas a participações em diversos outros empreendimentos de geração. A malha de transmissão ultrapassa 6,7 mil quilômetros, enquanto as linhas de distribuição cobrem quase 200 mil quilômetros, sustentando um sistema robusto que integra o Paraná ao restante do país.

Trajetória histórica e evolução corporativa

A relevância da Copel no mercado de capitais é histórica. Fundada em 1954 com controle acionário do Estado do Paraná, a empresa foi pioneira ao se tornar a primeira do setor elétrico brasileiro a ser listada na Bolsa de Nova Iorque, em 1997. Sua expansão continuou com a entrada na Latibex, em Madri, no ano de 2002. Ao longo das décadas, a companhia não apenas aumentou sua capacidade instalada com novas usinas e parques eólicos, como também modernizou sua gestão. Em movimentos mais recentes, instituiu braços de comercialização para atuar no Mercado Livre de Energia e criou diretorias específicas focadas em Governança, Riscos e Compliance, consolidando sua posição estratégica no setor elétrico nacional.